sábado, 29 de maio de 2010

VENCENDO ANGÚSTIAS E PERPLEXIDADES

"VENCENDO ANGÚSTIAS E PERPLEXIDADES Você já se sentiu assim... com uma tremenda dor na alma e sem entender por que as coisas estão lhe acontecendo? Já se flagrou imaginando por que todos os seus esforços e suas boas intenções são absolutamente inúteis para produzir os efeitos no mundo que o seu coração deseja? Vários de nossos irmãos das Sagradas Escrituras viveram esta realidade. Aquele que mais se destaca e mais me impressiona é José. Equivocadamente chamado de “José do Egito”, porque aquele não é um josé de um determinado lugar, é um josé de todos os rincões, de todos os tempos. É o josé de Jesus, que foi objeto de ódios e invejas se seus próprios irmãos, que foi caluniado de forma infame por uma mulher que queria de fato possuí-lo e por ter sido fiel ao seu senhor e ao seu Deus foi posto no ostracismo da cadeia, sem direito a um julgamento justo, sem a possibilidade de apresentar defesa. Potifar, na casa de quem ele trabalhava, tomou como verdade o que dissera a sua esposa e sentenciou o nosso irmão ao chicote e à prisão. Mas o meu enfoque neste texto não é sobre os sofrimentos de José, mas o modo como ele lidou com os mesmos. Ele não se acabrunhou, não se deprimiu, nem mesmo reclamou de Deus ou da vida. Ele não mal disse seus irmãos, não guardou ódio de Potifar e de sua mulher, não coseu em sua alma planos de vingança. Ele simplesmente enfrentou cada nova situação que se lhe impunha sendo ele mesmo, acreditando que é sempre possível, em quaisquer que sejam as circunstâncias, fazer o melhor, dar o melhor de si. Tirar da dor, da injustiça e do ódio sem razão a matéria-prima pro serviço, para a solidariedade e para o amor. Que máquina é esta que transmuta dentro de um homem o mal em bem, a morte em vida, o monstro em pomba branca da paz? “Cristo em nós, esperança da glória”. Foi isto que fez o nosso Salvador em Sua vida. Ele não permitiu que atirassem pedras na adúltera, mas não reagiu quando os homens o prenderam e o levaram para aquilo que foi um simulacro de tribunal. Parece que sobre Ele todas as mentiras e agressões eram como um combustível que o capacitava para ir mais longe e para socorrer a muitos. Até hoje muitos de nós não têm tido a oportunidade de experimentar o verdadeiro cristianismo, uma vez que este não se manifesta meramente em nossas lindas celebrações, em nossas reuniões de oração e de louvor. O vero cristão é aquele que se manifesta na dor e no calor das perseguições. Esta realidade era tão conhecida pelos nossos antepassados que no século IV, após a “conversão” de Constantino e o fim das torturas aos discípulos de Jesus, muitos deles foram para os desertos a procura de privações e lutas, pois entendiam que só assim um legítimo caráter cristão poderia ser forjado. Eu e você não precisamos buscar os lugares ermos, as lutas nos encontram onde estamos agora e nos vêm de repente. Creio que há uma outra semelhança entre Jesus e José que poderia servir de estímulo para nós quando estivermos passando por experiências de angústia e perplexidade. Ambos tinham sonhos, sabiam que suas vidas tinham um propósito, entendiam que não estavam sobre a terra para serem expectadores da história, mas seus protagonistas. Eram capazes de ver cada lance como um ato de uma peça que haveria de terminar de forma triunfante e magistral. No final o que importa mesmo não é o que nos fazem no presente, nem o que sofremos no passado, é o que sonhamos pro futuro, é o que estamos gestando agora para abençoar a terra amanhã. Esta é a motivação que nos fará dar sempre algo bom e novo a todos que nos cercam, independentemente do que estejamos ou tenhamos recebido. Precisamos estar juntos, unidos, de mãos dadas. Deus sempre concede a vitória àqueles que n´Ele confiam.Com esperança e fé.

Martorelli Dantas"

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