quinta-feira, 8 de abril de 2010

Respostas centradas no presente

Comigo, foi assim que começou a resultar.

Agir a cada momento, responder a cada situação, SPH.

Aprendi que fazer juras, promessas ou projectar no futuro, tipo: ( juro que não saio com vc...e depois sair; prometo que, se vc não beber eu saio com vc ou ainda eu, nunca mais sairei com vc enquanto....).

A melhor maneira de conseguir a minha sanidade de volta, de fazer aquilo com que me sinta bem e me respeitar respeitando o outro, foi e é dar respostas no presente - Hoje, agora, não quero sair!
- Hoje, agora, prefiro ficar!

A chantagem do outro em "deixar no ar" que vai pro bar porque...decidi não sair com ele… faz parte da doença e da manipulação. Ele(s) vão por umas e por outras.
Preciso concentrar-me no facto de que, não sou culpada, não causei e não vou curar!

Os alcoólicos, bebem enquanto a doença os levar a beber e enquanto não a reconhecerem e que estão a ser manipulados por ela, enquanto não decidem parar.
Não nos iludamos, pois esta doença emocional e de dificuldade em lidar com os sentimentos, adoece-nos a todos.


Façamos em cada dia o que for melhor para nós mesmos, desejando ao mesmo tempo que o outro encontre seu caminho e assuma as rédeas de sua vida e o papel que, verdadeiramente, lhe cabe na família - seja filho, pai, mãe, irmão, marido, esposa...

Serenidade e despertar espiritual para pedir ajuda.

Z-Porto
Beij de coração

Pensamentos obsessivos e invasivos

Há algumas semanas passei por uma situação concreta e me revi num "retrato" como descreveu uma amiga minha..."um terrível mecanismo de pensamentos obsessivos ( pensamentos invasivos ) , que surgem na minha mente sem que eu os queira pensar .. Lentamente eu estou descobrindo que eles substituem emoções , sentimentos que eu não quero sentir" ...
Foi isso mesmo que aconteceu comigo.

Fiz uma viagem a outra cidade para estar presente a uma reunião. No regresso o meu lugar no comboio estava ocupado por outra pessoa, uma senhora que olhou para mim mas não saiu do lugar.
Eu poderia, simplesmente pedir-lhe que saísse e ocupasse o lugar que lhe cabia no registo do bilhete (é que eu enjoo e preciso ir muito quietinha encostada á janela), como me retraí e nada disse....começaram os tais pensamentos e emoções.
O meu lado racional - tendo presente o que aprendo – dizia-me para parar de pensar ou até como lidar com a situação, mas o problema foi com a minha emoção - um turbilhão de sentimentos de raiva, auto-piedade, vitimização e tantos outros -eu até fazia mentalização, adormecia, e, quando acordava, os pensamentos negativos e destrutivos voltavam.
A luta interior desgastou-me de tal modo, que eu até disse a mim mesma: será que eu vou viajar por 2,30h neste sufoco???
E não é que viajei!!!!???

Aí percebi melhor a doença de que padeço e para a qual preciso de boa vontade para me recuperar.
Percebi que não adianta reprimir-me, culpar ou ter força de vontade.
Que o melhor é reconhecer a doença emocional e de sentimentos, as recaídas e procurar ajuda.
Aceitar que quando a doença se manifesta, ela, como que "anula/anestesia" qualquer força de vontade e que quanto mais lhe resistir, forçando uma solução rápida, ela ganha terreno e se instala ainda mais provocando o meu desgaste físico e emocional.

Este caso fez-me todo o sentido e ajudou-me a compreender que, eu, parecendo estar bem (e aparentemente estava), a doença manifestou-se e semanas depois levou-me ao chão, recaindo em atitudes e comportamentos que não desejo.
Como resultado, vieram os sentimentos de vergonha, de frustração, auto-piedade e abanão na auto-estima.

Se eu fosse alcoólica ou usasse drogas…a recaída poderia ser em voltar a usar.

Felizmente, que já vinha analisar as componentes da doença.

Dou Graças a Deus por me conceder a humildade de poder admitir, perante Ele, mim mesma e perante outro ser humano a natureza das minhas dificuldades e pedir ajuda sempre que precisar, sabendo que me compreenderão e me ajudarão a compreender os outros.

Serenidade

Z-Porto
Beij de coração