segunda-feira, 1 de junho de 2015

Mudança de procedimento da Comissão de Ética do Hospital de S. João sobre bebés prematuros...

Soube esta semana que, por ti, nunca mais nenhuma mãe sairá do HSJ sem que o seu filho lhe seja colocado nos braços (salvo se assim não quiserem, mas serão aconselhadas a fazê-lo). Não te traz de volta, não nos leva de volta a esse momento que imagino ser difícil, mas mágico, que palavras não há para descrever senão vivê-lo. Conforta-me um pouco mais o coração, perceber o teu propósito para os outros. Para mim és o que és, desde o primeiro momento. A minha primeira filha. em 12/4/2015

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Exposição do caso Victória ao Hospital de S. João

Esta exposição já foi enviada em Julho e posteriormente obtivemos uma resposta, que se encontra em baixo. Exmos. Senhores, Trago um caso a submeter à Vossa apreciação, inquérito e averiguação. O meu nome é Tatiana Daniela Gonçalves, n. de processo desse hospital 94015771. A propósito da minha gravidez (primeira gravidez) - 31/12/2012: atendimento no serviço de urgência por hemorragia vaginal. Foi-me dito que parecia existir um pólipo no colo do útero e que a hemorragia poderia advir daí, contudo, pela ecografia realizada, o saquinho gestacional apresentava-se irregular e que muito provavelmente a gravidez não iria desenvolver-se. Sendo a noite de passagem de ano, não era a notícia que eu mais queria ouvir. Contudo, mantive-me confiante de que tudo iria correr bem, apesar da preocupação com a hemorragia. - 4/01/2013: atendimento no serviço de urgência por hemorragia vaginal. Foi-me dito que realmente a gravidez não tinha evoluído e a hemorragia que estava a ter, uma vez que já tinha 5 dias, era um abortamento. Foram-me apresentadas 2 soluções: ou aguardar que o processo se desenrolasse naturalmente e o aborto acabasse por acontecer ou dar início ao protocolo de introdução dos comprimidos vaginais para acelerar o processo. Eu optei por esperar que saísse naturalmente e foi-me informado que em qualquer altura poderia voltar ao serviço de urgência e dar inicio ao protocolo. Receitaram-me tramadol+paracetamol para o caso de começar a sentir dores mais fortes. Fiquei triste e desiludida por se confirmar que a gravidez não tinha evoluído, mas aceitei a opinião médica que me foi dada. A 7/01/2013, senti fortes dores nas costas e pensei poder-se tratar do início do processo de abortamento e tomei 1 comprimido de tramadol+paracetamol. - 11/01/2013: atendimento no serviço de urgência por hemorragia vaginal. Fui confrontada com o facto de estar registado no computador que eu é que não quis avançar com o protocolo e portanto teria que aguardar que o processo de abortamento se concluísse. Expliquei que a minha preocupação residia no facto de nunca ter passado por tal situação e não queria que, passado tanto tempo com hemorragia de um abortamento, pudesse deitar por terra hipóteses futuras de uma nova gravidez. Fui examinada, em que foi confirmada a existência do pólipo no colo do útero e após ecografia, foi-me dito que afinal eu tinha um embrião e com batimentos cardíacos. Demonstrei a minha preocupação por ter tomado um comprimido de tramadol+paracetamol ao que me responderam que não trazia problema nenhum e que no caso de uma grávida ter muitas dores teriam que dar alguma coisa mais forte do que só ben-u-ron. A felicidade foi imensa, e congratulei-me por ter decidido não introduzir os comprimidos vaginais por não querer intoxicar mais o meu organismo. As hemorragias continuaram durante algum tempo, que me levaram mais algumas vezes ao serviço de urgência. A partir de 17/01/2013 passei a ser seguida no serviço de obstetrícia e a restante gestação decorreu sem qualquer complicação. Quero salientar já o desempenho da Dra. Ana Paula Machado como minha médica assistente. Sempre me senti acompanhada, cuidada e vigiada. - 18/04/2013: Ecografia morfológica sem qualquer complicação e onde se confirmou que vinha a caminho a Eva Victória. - 21/04/2013: Atendimento no serviço de urgência por corrimento vaginal líquido. Foram feitos alguns exames, sendo que apenas a ecografia sugeria haver diminuição do líquido amniótico, visto que no momento em que fui atendida não estava a perder qualquer líquido. Foi-me dito que poderia ir para casa com a recomendação de repouso absoluto (uma vez que não era possível avaliar com toda a certeza se era líquido amniótico) até a situação ser comunicada à Dra. Ana Paula e ela decidir o que fazer. Foi o que fiz. Completamente convicta (no meu pensamento positivo) que não seria líquido amniótico, fui para casa repousar. No dia seguinte, por volta das 12.00 levanto-me e volto a sentir o líquido, mas desta vez a escorrer. Fui de imediato para as urgências. -22/04/2013: Atendimento no serviço de urgência pela Dra. Ana Paula (que entretanto me disse que já lhe haviam transmitido o episódio do dia anterior e que me ia contactar para me ver) que avaliou a situação e confirmou que era uma rutura franca da membrana com perda de líquido amniótico, razão pela qual eu teria que ficar imediatamente internada até às 36 semanas. A Dra. Ana Paula, explicou-me que não era uma situação fácil, dado eu ainda ter 21 semanas e 6 dias, e perguntou-me se era para investir na gravidez, ao que respondi afirmativamente. Depois de serem tratados todos os procedimentos do meu internamento, recebi a visita da Dra. Ana Paula para verificar o meu estado, e pediu à enfermeira para me colocar na enfermaria seguinte (que estava vazia) uma vez que o meu internamento seria prolongado e necessitaria de mais sossego. Assim o fizeram. Durante este tempo, embora inicialmente tivesse sofrido um choque porque não estava a contar com esta situação, aceitei que assim teria que ser até ao final da gravidez para que tudo corresse bem. -25/04/2013: Embora continuasse sozinha na enfermaria, este dia foi completamente atípico para o tratamento e atendimento que eu tinha tido até então. O turno de enfermagem dessa manhã mostrou-se ser mais agitado do que eu já estava habituada. A higiene foi feita mais tarde, a avaliação das tensões e batimentos cardíacos da bebé foram mais tarde… Tentei adaptar-me o melhor que pude à situação. - 26/04/2013: Entra na enfermaria uma nova paciente a meio da tarde e ao final do dia entrou outra. Logo, a enfermaria ficou preenchida. Eu não pretendia um atendimento mais privilegiado do que as outras pessoas, mas efetivamente ter mais pessoas na enfermaria significa também mais pessoas para as visitas e mais ruído de fundo. O sossego tão apreciado por mim e recomendado pela Dra. Ana Paula deixou de existir. - 28/04/2013: Na madrugada deste dia comecei a ter fortes dores abdominais. Depois de ter urinado e ter verificado ao limpar-me que havia vestígios de sangue, chamei o enfermeiro e informei-o do meu estado. Disse-me que poderia ser normal devido ao laxante que estava a tomar e deu-me ben-u-ron para as dores. Aliviaram um pouco, durante 2h, mas voltaram com a mesma intensidade. De manhã, voltei a detetar sangue mais abundante e a enfermeira decidiu chamar uma médica. Depois de examinada, foi-me dito que estava a entrar em trabalho de parto, que dado o quadro clinico seria normal, mas também poderia haver uma estagnação da dilatação que estava com 2 dedos. O que eu pensava serem cólicas, afinal eram contrações. Fui levada para a sala de partos onde poderia ser melhor monitorizada, cerca das 11.00h e onde permaneci sempre com contrações, com tempos irregulares, ora de 20 em 20 minutos, ora de 10 em 10 ou ainda de 15 em 15. Nesse momento pedi para contactarem a minha médica assistente e foi-me dito que não podiam. Cerca das 17.00h tive nova avaliação e dado que as contrações tinham parado e a dilatação permanecia com 2 dedos, fui transferida de novo para o internamento. Pouco depois do jantar, as contrações voltaram e voltaram também a chamar uma das médicas de serviço para nova avaliação. Estava já com 5 dedos de dilatação e a Dra. perguntou-me se eu compreendia o que estava a acontecer. Eu disse que sim, que sabia que era uma situação complicada, mas que minutos antes tinham ouvido os batimentos cardíacos da minha filha e estavam normais e que eu continuava a senti-la mexer. A Dra. disse que dada a idade gestacional (22 semanas e 5 dias), não era para investir, ao que eu respondi: “enquanto há vida há esperança”. E voltei a pedir para chamarem a Dra. Ana Paula, ao que me foi respondido que não o podiam fazer. E fui de novo levada para a sala de partos, por volta das 23.00h. Lá fiquei, até que por volta da 1.00h comecei a vomitar e colocaram-me a soro e deram-me primperam. Por volta dessa hora também, foi chamada uma equipa de neonatologia para falar comigo e com o meu marido, a fim de explicar qual o procedimento a adotar no caso de um parto às 22 semanas e 5 dias. A Dra. Susana (?) falou sobre as probabilidades de não sobrevida e da “qualidade” de vida destes bebés. Além disso falou que só investem em bebés a partir de 24 semanas que é quando consideram haver viabilidade mínima e só se tiverem 500g de peso. Disse ainda que num caso como o meu, nem sequer está presente um neonatologista na sala de partos porque não é considerado um parto, é um aborto. Perguntei mas se então estava a sentir a minha filha a mexer-se, isso significava que ela ia nascer com vida, a minha filha estava viva, então o que iam fazer? Disseram-me que ela só permanecia viva enquanto estivesse ligada a mim pelo cordão umbilical e que assim que o cortassem, ela deixaria de respirar, no fundo, de viver. Para mim, isso não fazia sentido nenhum. Então, o que vemos nos filmes e o que sabemos empiricamente é que os bebés nascem, o cordão umbilical é cortado, e se o bebé tem dificuldades respiratórias ou cardíacas ou de qualquer tipo, é-lhe prestada assistência, mesmo que disso resulte a sua morte ou graves sequelas. Mas é-lhe dada uma oportunidade. De resistir, de sobreviver, ou simplesmente morrer. E basicamente, estavam a dizer-me que essa oportunidade não seria dada à minha filha. Permaneci naquela sala de partos, toda a noite só com acompanhante, não voltei a ver nenhuma enfermeira nem médica, até perto das 7.00h. A essa hora veio uma enfermeira dar-me antibiótico e colher sangue. Ás 8.00h entrou uma nova equipa na urgência e fui vista pela Dra. Ana Paula, por volta das 8.20h, que confirmou que a minha filha ia nascer e estava já com a cabeça fora do útero. E assim, às 8.45h a minha filha nasceu, de parto normal, com vida e aparentemente saudável e nada fizeram para tentar salva-la. Depois de todo este relato, gostaria que reflectissem sobre todos os procedimentos que o envolveram. De um modo geral, ainda permaneço com bons sentimentos em relação a esse hospital, nomeadamente ao serviço em que estive internada e especialmente à Dra. Ana Paula. No entanto, é minha preocupação que o que eu passei não se volte a repetir com mais nenhuma paciente. Principalmente no momento em que entrei em trabalho de parto. Foi a minha primeira gravidez, havia ainda um sem número de situações para as quais não estava preparada (e certamente não estou para outras tantas), especialmente no que toca ao “não investimento” na vida humana, porque é de uma vida humana que se trata. Em nenhum momento (até me ter sido dito pela ultima doutora) eu percebi que a probabilidade de não sobrevida ser praticamente nula (naquela idade gestacional), significava que não “investiam” nos bebés e os deixavam morrer. Em nenhum momento me foi dado a escolher se queria ou não que fossem prestados cuidados neonatais à minha filha. Simplesmente me disseram que não o fariam. A minha esperança sofreu avanços e recuos, que acompanharam a subida e descida para a urgência. E no final, fiquei com o sentimento de que a minha esperança me foi roubada. Alguém tomou a decisão por mim, foi algo que me ultrapassou e uma mãe quer sempre fazer todo o possível pelos seus filhos. E eu fi-lo, mas não deram continuidade aos cuidados que eu estava a ter até então. A única coisa da qual me arrependo neste processo, foi não ter visto a minha filha. Ninguém nem nada na vida, nos prepara para o momento que eu vivi. Mas o facto de por várias vezes me terem dito que eu ia ter um aborto e um feto e não um parto normal e uma bebé, fez-me convencer naquela noite que eu ia ter uma “coisa” e não uma filha. E quando, de manhã, finalmente se deu o parto, foi tão rápido que não consegui voltar a pensar nisso. A dor era e é tão grande que não consegui lidar com ela naquele momento. Hoje consigo raciocinar o suficiente para perceber bem que eu fui mãe. Eu sou mãe, mas de uma filha que nasceu às 22 semanas e 6 dias e a deixaram morrer. Acredito que, se em vez de uma equipa de neonatalogistas ou até mesmo de obstetras, alguém falasse comigo de uma forma mais humana (eventualmente mais carinhosa) e que explicassem que as probabilidades de sobrevida seriam quase nulas mas que tentariam o possível e que eu me devia preparar para a morte da minha filha, eu estaria muito mais em paz. Até mesmo durante a noite, em que fui deixada sozinha, uma vez que deixei de ter dores, acreditei sempre até ao parto, que a minha filha não iria nascer naquele dia e o trabalho de parto iria estagnar e tudo iria ficar bem. E eu ficaria internada até às 36 semanas e a minha filha nasceria nessa altura, perfeita e saudável como sempre foi até então. Além disso, dia 10/05/2013 recebo uma carta em casa a atestar o internamento de 9 dias e onde certifica que tive um nado vivo do sexo feminino com 520g às 8.45h. Sem mais nenhum esclarecimento nem informação e que ainda hoje estou à espera de receber resultados das análises efetuadas à placenta, embrião e cordão umbilical. Tendo tido um nado vivo, não será de receber informações sobre a causa e hora da morte? E é enviada uma carta deste tipo para casa? Agora que se trata de seguir com a vida como era antes (mas que nunca será), e possível tentativa de nova gravidez, a grande pergunta é se conseguirei vive-la de uma forma sã e tranquila. Eventualmente conseguirei, mas só depois de ver respondidas todas estas reflexões e que isto por que passei tenha algum sentido. Aguardo uma resposta de V. Exas. Grata pela atenção Resposta do HSJ a esta exposiçãoResposta do HSJ a esta exposição Continuação da resposta Ver em https://www.facebook.com/pages/Vict%C3%B3ria-Prematura-de-23-semanas/681280765223297?fref=ts publicado em Victória - Prematura de 23 semanas 28 de Janeiro de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sentimentos que se seguem a uma perda

Sentimentos que se seguem a uma perda Escrito para o BabyCenter Brasil Aprovado pelo Conselho Médico do BabyCenter Brasil Os dias, as semanas e os meses após a perda de um bebê são extremamente difíceis e dolorosos, com sensações alternadas de tristeza, choque, luto, depressão, culpa, raiva, ressentimento e vulnerabilidade. Você pode se sentir distante e irritada, incapaz de se concentrar, comer ou dormir direito. Às vezes uma exaustão física também se apodera de você, tornando qualquer tarefa ou movimento um fardo. Com o passar do tempo, haverá horas ou até dias em que você começará a retomar a vida normal, para, de repente, ter uma recaída de tristeza. Lembre-se: cada pessoa reage às perdas de um jeito diferente, e não há modo certo ou errado de se sentir. Tenha em mente, contudo, algumas coisas: • Aceite seus sentimentos. Você poderá se surpreender por sentir raiva ou ressentimento em relação a amigas ou parentes que tenham gestações bem-sucedidas ou bebês em casa. Ou você poderá se achar um fracasso como mulher, acreditar que seu corpo a traiu ou até que você não esteve à altura do bebê e decepcionou seu parceiro ou as outras pessoas. Outro sentimento comum é se responsabilizar pela perda, como se ela pudesse ter sido evitada por algum gesto seu. A melhor maneira de lidar com esse tipo de culpa ou julgamento tão duro contra si mesma é falar abertamente com seu companheiro e pessoas próximas sobre o que aconteceu, e sobre como isso está afetando você. Uma conversa com o médico sobre os motivos que levaram ao abortamento também ajuda certas mulheres a compreender melhor as circunstâncias e aceitá-las como externas à sua vontade. • Permita-se sentir tristeza. Não tente impor um fim à tristeza. Muitas pessoas vão tentar ajudá-la dizendo que "o próximo vem logo" ou que o melhor é "tocar a vida", mas a verdade é que você precisa lidar com a dor à medida que ela lhe toca. Pode ser que demore mais até que você tenha vontade de retomar uma vida normal, e, mesmo quando isso ocorrer, lembranças difíceis continuarão vindo à tona. Alguns pais e mães voltam a sentir a perda mais fortemente na época em que o bebê estava programado para nascer ou em alguma comemoração familiar. • Peça uma licença do trabalho. Mesmo que esteja fisicamente recuperada, passar algum tempo afastada do trabalho poderá lhe fazer bem. É preciso ter um momento para processar com o que aconteceu. A mulher tem direito a 15 dias de licença remunerada pelo INSS em caso de aborto até a 23a semana de gravidez. Se a perda tiver acontecido a partir da 23a semana, o direito ao afastamento é equivalente ao da licença-maternidade, ou seja, de no mínimo 120 dias remunerados (6 meses no caso de funcionárias públicas). • Tente entender que a perda pode afetar seu parceiro de uma forma diferente. Se seu companheiro não parece tocado pela perda da mesma maneira que você, talvez ajude saber que homens e mulheres geralmente expressam tristeza e dor de maneiras bem diferentes. Enquanto as mulheres tendem a se abrir e buscar apoio, os homens costumam interiorizar seus sentimentos. Além disso, muitos homens acreditam estão "zelando" pelas parceiras ao permanecer durões. Caso seu companheiro não demonstre tanta tristeza, tente não achar que se trata de descaso por você ou pelo bebê. • Esteja preparada para uma certa tensão sexual no relacionamento. Alguns casais consideram que a relação sexual os conforta e confirma o amor de um pelo outro. Outros, por outro lado, ficam tristes, um tanto "anestesiados", temerosos por uma futura gestação ou simplesmente assustados. Às vezes, depois de alguns meses (converse com seu médico sobre isso), um dos parceiros quer voltar a tentar engravidar, enquanto o outro ainda não está pronto. O melhor é tentar manter um diálogo sincero sobre o assunto e respeitar o tempo de cada um. • Converse com outras pessoas. A dor de uma perda costuma ser um assunto extremamente íntimo e solitário. Mas, embora seja difícil, conversar sobre o que aconteceu pode ajudar a diminuir a solidão. Sem falar em o quanto você se surpreenderá de ouvir inúmeras histórias semelhantes de amigas, familiares, colegas de trabalho e vizinhas. Só tenha em mente que, mesmo dentro de sua própria família, as reações à perda serão diferentes e nem sempre no tom que você considera adequado e na intensidade de que precisa. • Compreenda por que algumas pessoas preferem manter distância. Muitas pessoas ficam absolutamente aterrorizadas diante de emoções fortes e da tristeza, e não sabem como se portar ou o que dizer para alguém que acabou de perder um bebê. Para elas, é mais fácil evitar contato ou tentar ignorar ou minimizar o que ocorreu. Esse tipo de atitude pode gerar mágoas profundas. Tente, no entanto, pensar que esse tipo de atitude não é fruto de nada que você tenha feito, nem falta de carinho. Se com o passar dos meses você ainda sentir muita dificuldade em ir retomando a rotina, ou se considerar que seu estado emocional piorou, converse com seu médico ou peça recomendação a conhecidos sobre um terapeuta. Uma ajuda especializada poderá muni-la das ferramentas emocionais necessárias para enfrentar melhor a perda. Como posso ajudar um casal que perdeu um bebê? Escrito para o BabyCenter Brasil A equipe do BabyCenter Formada por jornalistas especializados em saúde Cada pai e mãe responde de um jeito diferente à dolorosa perda de um aborto espontâneo ou à morte de um bebê, e vive o luto à sua própria maneira, por isso fica muito difícil saber como ajudar. Nessas horas, o melhor que um amigo ou parente tem a fazer é se colocar à disposição para auxiliar no que for preciso, oferecer seu apoio irrestrito e ser sensível à situação. O que fazer: • Ouça o que os pais têm a dizer sobre a perda. Algumas pessoas acham que só é possível sentir tristeza por uma criança que chegou a viver algum tempo, mas o amor dos pais por um bebê não pode ser medido em semanas ou meses. Trata-se de uma relação que começa bem antes do nascimento. Não importa se o bebê morreu ainda no útero ou nos primeiros dias de vida-- a dor dos pais reflete o fim de esperanças, sonhos e expectativas para o futuro. • Visite, telefone, mande um email ou uma planta. Passe por cima do desconforto da situação e mostre-se presente. Muitos pais e mães sentem-se absolutamente sozinhos depois da perda, e uma ligação mostrará que há pessoas pensando e torcendo por eles. Não se ofenda, contudo, se eles demorarem ou não retornarem o seu telefonema. • Expresse o quanto sente pelo que aconteceu, mesmo que seja para dizer "Sinto muito", "Não posso nem imaginar como você deve estar se sentindo" ou "Só queria te dizer que estou pensando em você". • Dê um abraço apertado também no pai, e não só na mãe, porque ele também precisa de apoio. • Não tenha receio de conversar sobre a perda. Ao perguntar "Como vocês estão indo?", você dá chance aos pais de botar para fora o que estão sentindo. Não são todas as pessoas que preferem falar, mas muitas vão se sentir melhor. Deixe que eles contem o que desejarem, mesmo que sejam detalhes desagradáveis. Não tenha medo de demonstrar os seus próprios sentimentos. Não tem problema chorar na frente deles, nem deixar que eles chorem na sua frente. • Lembre-se das datas importantes nas próximas semanas e meses, como quando o bebê deveria ter nascido, aniversário da morte, Dia das Mães e dos Pais. Um telefonema ou visita nessas horas será especial para seus amigos. • Ofereça ajuda específica, em vez de dizer "Se precisar de alguma coisa, é só avisar". Muitas pessoas que vivem momentos difíceis não se sentem à vontade de pedir nada, seja ao vivo ou por telefone. É geralmente melhor perguntar alguma coisa direta, como "Vou ao supermercado mais tarde. Do que vocês estão precisando? Posso trazer" ou "Vou pegar as crianças aí amanhã, assim vocês descansam um pouco". • Esteja ciente de que alguém que acabou de perder um bebê pode ter dificuldade de ficar perto de uma amiga grávida ou com crianças pequenas. Por outro lado, muitos casais se ressentem porque os amigos com bebês parecem evitá-los. Assim sendo, se você está grávida ou tem uma criança novinha e pretende visitar, é sempre bom perguntar se não tem problema ou vai causar algum incômodo. O que NÃO fazer: • Não "fuja" da família por não saber o que dizer. Não espere para conversar com eles só quando souber o que é "mais certo" dizer em uma hora dessas. Evite falar que sabe o que eles estão sentindo, a menos que realmente tenha passado por uma experiência semelhante. Limite-se a expressar seu pesar de uma maneira sincera e, acima de tudo, esteja lá para ouvi-los, mesmo que em silêncio. • Não fique teorizando sobre como um pai ou mãe nessa situação deveriam se sentir. Cada uma reage às adversidades à sua maneira e a seu tempo. Ficar sugerindo, por exemplo, que alguém deve ser forte ou que já deveria ter superado a perda provavelmente piora o estado de espírito da pessoa, assim como incentivar a chorar quando isso não vem naturalmente. • Não tente encontrar um jeito de explicar o que aconteceu, dizendo, por exemplo "Deus sabe o que faz" ou "Foi melhor assim". Não é hora também de sugerir "Logo logo vocês tentam de novo". Embora suas intenções sejam boas, esse tipo de declaração não ajuda em nada nesse momento. • Não subestime o impacto da perda nos irmãos, mesmo que eles sejam pequenos. As crianças costumam entender bem mais do que demonstram. Se você for próxima, converse e dê atenção a elas também. • Não presuma que uma nova gravidez ou outro bebê vai apagar a dor pela perda anterior. Crianças não são substituíveis, e a maioria dos pais e mães continua a carregar a tristeza pela perda por muitos e muitos anos. http://brasil.babycenter.com/x4000043/como-posso-ajudar-um-casal-que-perdeu-um-beb%C3%AA#ixzz2Sg2wior0

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Custos por internamento a bebés prematuros em Portugal

Em média, um bebé prematuro fica internado três meses no hospital, de forma a atingir a maturidade dos órgãos principais como os pulmões. Processos que exigem cuidados intensivos e medicamentos. Custos que rondam os 15 mil euros por bebé. Por ano são cerca de 135 milhões de euros suportados pelo Estado para salvar os 9000 prematuros que nascem no nosso País. "O valor estimado ronda os 15 mil euros, em internamento e medicação", referiu ao DN Hercília Guimarães, neonatologista no Hospital de S. João, no Porto, acrescentando que são bebés com uma "instabilidade grande". Um custo largamente superior ao de um bebé de termo sem complicações. Nestes casos, o Estado paga aos hospitais públicos cerca de 200 euros, repartidos pela estadia e alguma assistência básica. "Um bebé com 24 semanas até atingir as 40 semanas demora cerca de quatro meses. Normalmente não têm alta antes dos três meses, excepto se há alguma complicação. Exigem internamentos muito prolongados, com necessidade de ultrapassar a imaturidade dos órgãos e sistemas. O suporte do sistema respiratório é fundamental, pois não sobrevivem sem esta ajuda", explicou Teresa Tomé. Ler Artigo Completo (Pág.1/2) Enfermeiro lançou 'site' para ajudar os pais 17 novembro 2010

Bebés de 23 semanas de gestação - médicos consideram que "não são viáveis" mesmo que sem malformação...

O C N E C V 18(conselho nacional de ética para as ciências da vida) c o n s i d e r a q u e n o â m b i t o d o abortamento eugénico não se invoca o conflito entre a gestante e a vida intra-uterina, mas entre a sociedade e a última, tendo por base que o embrião ou feto que apresentam malformação grave ou doença genética incapacitante constituem sobrecarga emocional, sanitária e económica para a família e para a sociedade. Ainda, o abortamento realizado próximo ou durante o marco de desenvolvimento da viabilidade fetal pode resultar num feto abortado vivo. Perante este dilema, o CNECV21 considera que nessa circunstância, pode ser necessário deixá-lo morrer, por omissão de cuidados adequados. No entanto salvaguarda-se que este procedimento deve ser prevenido, evitando a interrupção da gravidez posterior às 20 semanas de gestação. A propósito do abortamento eugénico a doutrina da proporcionalidade9 pressupõe que a malformação fetal seja de tal forma grave que o dano causado pela morte seja menor que o da sobrevivência com a referida deficiência (p.120). Ainda assim, será de considerar que o que estará em causa, mais do que o interesse do feto em não nascer, será a expectativa dos pais em não terem um filho deficiente. Mais uma vez será a questão da sensibilidade em relação aos valores em causa – respeito pela autonomia e vida humana – que determinará a resposta adequada para cada um. ...O abortamento eugénico, ou a interrupção da gravidez por motivos relacionados com a saúde do embrião ou feto, levanta distintas questões no domínio da ética. De acordo com a doutrina da proporcionalidade9 o abortamento eugénico justificase sempre que a malformação fetal seja de tal forma grave, que o dano causado pela morte seja um mal menor comparativamente a viver com a referida malformação. No entanto, outros autores20 questionam se não se estará a incorrer num pretenso eugenismo, ao seleccionar-se os indivíduos não doentes ou sem deficiência ou malformação, ou se por outro lado se pode concluir da prática do abortamento eugénico que uma vida diminuída não vale a pena de ser vivida. O abortamento de fetos inviáveis é considerado eticamente defensável por organismos nacionais18 e internacionais19. O consenso parece ser generalizado quanto à interrupção de uma gravidez que dará lugar a um bebé com graves malformações, insuficiência ou falta de órgãos vitais, que será incapaz de subsistir autonomamente fora do organismo materno. Partes do texto do Artigo de revisão da Ata Médica Portuguesa Acta Med Port 2011; 24(S4): 791-798 ABORTAMENTO Enquadramento Legal, Deontológico e Perspectiva Ética por: Catarina CANÁRIO, Bárbara FIGUEIREDO, Miguel RiCou.

Infinitamente... Victória!

Após um período de ausência...estou aqui hoje para partilhar a respeito de ocorrências que aconteceram na minha vida. O que vou relatar tem como objectivo, além de informar e alertar principalmente as gestantes, o de poder conseguir que seja alterado o procedimento que está acontecendo nos hospitais (dizem os médicos) do mundo inteiro. O que vivi: Após 1 semana de internamento de minha filha (1ª gravidez) por rotura de membrana e que seria por todo o tempo possível e desejável ao termo da mesma com sucesso, deu-se o que de pior se poderia esperar - No fim do dia 28 de Abril de 2013 …Novo contato a dizer que voltava a descer ao SU. Após entrada a médica em serviço dá-lhe as informações (que já conhecia) e que não vão investir na bebé…por tudo o que já havia dito, porque a gestante insistia em perguntar pelo que ia acontecer à bebé e por entender que a mesma “não estava a perceber o que estava a acontecer”, disse-lhe que iria chamar a neonatologista. Assim foi e lhe comunica o mesmo - todos os riscos e falta de possibilidade de sobrevivência de bebés com este tempo de gestação….e que, como não é considerado parto-é um aborto, não estará presente e que “a natureza vai intervir e seguirá o seu curso natural”. Aqui, a minha filha, pergunta de novo o que vão fazer com a bebé que está a mexer e que ouviram (ainda há pouco) o coração a bater? O que lhe vão fazer? A resposta foi: “que a natureza vai intervir e seguirá o seu curso natural…que estes bebés com este tempo, logo que lhes seja cortado o cordão umbilical, deixam de poder respirar entre 10 a 20 minutos” mesmo com reanimação. ...Senti que estavam a desistir…desistem racionalmente…desistem! Por mais explicações que dêem também nós sabemos de casos de sucesso com bebés de menor tempo (faltavam 2 dias para completar 23 semanas)---desistir porquê se havia sido realizada eco completa e que mostrou estar tudo normal? Desistir porquê, se não havia sinal evidente de deformação? …ficar à espera do fato consumado, é como assistir a uma injecção letal mas com o efeito prolongado de uma noite inteira… ..a angústia tomou conta de mim…a impotência de nada mais poder fazer dilacera-me. Apesar das tentativas, reais e mentais, para conseguir que “alguém” de opinião contrária pudesse ter chegado aquela sala e impedido aquele ato…senti-me uma incapaz (mutilada também espiritualmente) para o que quer que fosse, a não ser para me “dobrar” humilhada na mais pura essência espiritual e humana. Restou-me a fé (Deus esteve ali) a dada altura senti que estava aos pés da Cruz assistindo à morte de Jesus…como que se uma voz me perguntasse: Que está aí a fazer? …e eu tivesse respondido: - Estou à espera que “vá”… Pedi a Deus que enviasse o Seu Espírito e o fizesse pousar sobre a minha filha e o seu ventre e que, se já nada mais se podia fazer pela bebé, pelo menos a minha filha fosse salva…Depois veio uma paz, uma tranquilidade indescritível e, talvez por isso, quando a minha filha me sugeriu que eu fosse para casa descansar…eu lhe respondi (Deus assim quis), que eu estava a descansar na sala de espera E LÁ CONTINUEI ATÉ DE MANHÃ… Assim ficou toda a noite, só ocorrendo o parto pelas 8,45, de bebé ainda vivo que, sem apoio, acabou por morrer minutos depois. Até hoje pedem-me que aceite! Eu aceito que aconteceu (não estou em negação), só não aceito como aconteceu, acontece e vai continuar a acontecer se nada se fizer. Virei a aceitar espiritualmente que, por meio desta perda e por ter acontecido connosco e com maior e melhor reflexão, algo se fará de diferente num futuro que desejo bem próximo, porque, a cada gestação com “este tempo” as medidas aplicadas são sempre dentro da perspectiva de “não investirem nestes bebés” mesmo que sem malformação evidente e sem os verem fora do útero materno. Como posso (podemos) aceitar que, sem verem a bebé fora do ventre da mãe, tenham dado explicações referindo até o peso – “se pelo menos tivesse 500g…”quando recebemos uma carta do hospital referindo que (após o nascimento) tinha 520g??? Como se pode viver com isto? Como se pode viver com a “imagem” (que vimos e a minha filha sentiu) de que a bebé é deixada a debater-se, toda a noite, dentro do ventre e NINGUÉM lhe prestou ajuda pela decisão de não lha prestarem e por isso a nossa menina esteve em sofrimento (sentimos assim) e, pela manhã se percebeu que esteve (só Deus sabe durante quanto tempo) com a cabeça comprimida nos ossos da mãe? Isto é humano? É o melhor? Para quem? Não culpamos ninguém e nem nos sentimos culpados pelo parto prematuro/aborto, mas “abortar” assim, por decisão médica, era e é, algo que não queremos – temos fé, somos crentes e também por isso não lidamos bem com esta prática - Será que foi e é esta a “prática” adotada ou aconteceu algo que nos ultrapassa e ainda não nos deram as devidas explicações? Como se pode “fazer o luto” se esta prática é aplicada a TODOS os bebés nestas circunstâncias ? Porque acredito que “Deus...move o céu inteiro naquilo que o ser humano é incapaz de fazer. Mas não move uma palha naquilo que a capacidade humana pode resolver." Torna-se imperiosa a adoção de outros procedimentos! Sinto (sentimos) que precisamos fazer a nossa parte pelo nosso bem e, com humildade, pela humanidade. Sentimos que “nossa” Victória (demos-lhe esse nome desde o início da gravidez pelo que por 3 vezes esteve para acontecer) queria vir a este mundo e, não estamos errados, porque apesar de tudo, ela nasceu com vida. Cremos que “estes bebés” (estando vivos) precisam e merecem ser assistidos. Cremos que lhes deve ser dado o direito de nascer e a dignidade na morte. Porque acredito que, " O QUE FAZEMOS EM VIDA ECOA NA ETERNIDADE"; fico (ficamos) na fé de que Deus tenha a Victória e todos os bebés, no seu precioso cuidado e pedimos que ela nos perdoe pela nossa impotência por não termos conseguido melhor mas nos faça fazer melhor, de agora em diante, para descanso e amparo de todos. Tentarei obter apoios de médicos e demais pessoal da saúde para que possam ser alteradas estas medidas e comportamentos. Conto com a vossa melhor ajuda! Muito grata! Alzira G.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Continuando a acreditar que é tempo de mudar eu também mudei a imagem do meu blog. Em breve colocarei aqui algumas fotos dos meus trabalhos. Estive ausente por questões de ligadas à minha saúde mas agora voltarei mais vezes. Agradeço aos seguidores, amigos e aos visitantes. Até breve. Beij de coração